Campanha Salarial em cenário de inflação galopante
Além das dificuldades naturais, a Campanha Salarial/2022 também apresenta outro diferencial: ela se realiza em um cenário de crise econômica e inflação galopante. Estamos assistindo a ocorrência de fenômenos que estavam bem distantes no passado.
Por exemplo, a inflação de 1,06%, medida pelo IPCA em abril, foi a maior para este mês desde abril de 1996, ainda no início do Plano Real. Segundo a pesquisa divulgada pelo IBGE, oito dos nove grupos de produtos pesquisados tiveram alta no mês passado. Entre outros itens, subiram os preços dos alimentos e, mais uma vez, dos combustíveis.
Uma economia inconsistente e as consequências do pós-pandemia vem achatando o poder de compra dos brasileiros. Nos últimos três anos, o Dieese mostrou piora nas negociações salariais.
Em 2018, cerca de 9% das categorias negociaram salários abaixo da inflação, com um salto em 2021, quando esse índice chegou a 47%. Em 2022, até fevereiro, apenas 24% das categorias conseguiram ganhos reais, ou seja, acima da inflação.
Um cenário como este exige habilidade e maturidade dos dirigentes sindicais e, sobretudo, capacidade de mobilização e disposição de luta dos trabalhadores. Mais do que nunca, a velha máxima de que “sem lutas não há conquistas” está na ordem do dia. Aliás, ela nunca saiu.
