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Trabalhadores aprovam proposta construída na luta

Mobilização quebrou intransigência da Sanasa, que se negava a repor perdas salariais

Quase oito meses depois da data-base em 1º de maio, os trabalhadores da Sanasa, empresa responsável pelo saneamento básico na cidade de Campinas (SP), fecharam a Campanha Salarial/2021. Os percentuais que vão reajustar salários, vale alimentação, vale refeição e as demais cláusulas de natureza econômica terão vigência a partir de janeiro.
Em assembleia realizada nesta quinta-feira, 18, a categoria aprovou a proposta acertada em mesa de negociação, que assegura 10,2% a título de reposição de perdas salariais. Os valores do vale alimentação e do vale refeição serão reajustados em 12,88%. E a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) terá reajuste de 11%, passando dos atuais R$ 9.000,00 para R$ 10.000,00, com a primeira parcela, equivalente a 50% deste valor, paga no terceiro dia útil de janeiro.
Para chegar a esta proposta, a categoria precisou percorrer um caminho árduo e duro. As negociações foram suspensas em maio para serem retomadas em novembro, conforme acordo firmado na Comissão de Conciliação Pré-Processual do TRT-15. O período em que as negociações ficaram suspensas não foi suficiente para quebrar a intransigência dos diretores da empresa, irredutíveis em negar a reposição das perdas salariais dos trabalhadores.
Com a retomada das negociações, a direção do Sindae decidiu também intensificar a mobilização dos trabalhadores, com a realização de assembleias setoriais nos próprios locais de trabalho. A estratégia mostrou-se acertada. Duas assembleias massivas, com média de 600 trabalhadores presentes, e a decretação do Estado de Greve, quebraram a intransigência da empresa e permitiu a construção de uma proposta capaz de ser submetido ao crivo da categoria.
O presidente da Sindae-Campinas, Renan Roncolatto, destacou que a proposta apresentada naquela assembleia “não era nem do sindicato e nem da empresa”. “A nossa proposta estava na pauta que protocolamos em abril. E a proposta da Sanara era zero de reposição salarial. Esta proposta que estamos apresentando aqui hoje à categoria é resultado da luta e da mobilização dos trabalhadores. Com a decretação do Estado de Greve, quebramos a intransigência da empresa e conseguimos avançar”, afirmou.

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