A campanha salarial deste ano pode ser classificada como uma das mais longas da história do Sindae. O cenário econômico que serviu de base para o processo negocial não era dos mais favoráveis à categoria. E para complicar ainda mais, a diretoria da empresa veio para a mesa de negociações com uma proposta absurda: zero de reposição salarial.
Para se justificar, os representantes da empresa agarraram-se a um mecanismo, cuja legalidade e aplicação desde o início foram questionadas pela direção do Sindae. Este impasse começou a sinalizar a hipótese de necessidade de a Justiça intervir para definir quem tinha razão.
Para os dirigentes sindicais, esta não era a melhor alternativa. Além da incerteza em relação à decisão dos juízes, ainda havia a possibilidade de a parte derrotada recorrer a outras instâncias e adiar por tempo indeterminado o desfecho da campanha salarial.
Era preciso agir com inteligência e cautela. A suspensão das negociações em maio para serem retomadas em novembro deu fôlego e tempo para mobilizar a categoria. Assembleias setoriais nos locais de trabalho elevaram a temperatura e forçaram os representantes da empresa a reverem sua postura intransigente e a negociarem com mais seriedade.
O saldo final da campanha é positivo. Estávamos sem reposição salarial desde maio de 2019. Mas, vamos nos manter alertas. Mal concluímos uma campanha salarial e já teremos outra pela frente, porque a próxima data base, 1º de maio, está logo ali.
