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Não basta ser contra o racismo. É preciso ser antirracista

“Valeu Zumbi, o grito forte de Palmares cobriu terras, céus e mares, influenciando a abolição”.

Há mais de 30 anos o samba enredo já colocava em xeque o mito da abolição do trabalho escravo no Brasil como uma dádiva, um favor. De lá para cá, pouca coisa mudou.
Ainda hoje negros e negras estão nos trabalhos mais precários, com menores salários e ainda com menos proteção social, quando comparados com os não negros. É preciso entender, de fato, estas diferenças; como o racismo se estrutura no mercado de trabalho e no cotidiano de todos nós.
REALIDADE NA SANASA
Não é preciso ir longe para entender do que se fala aqui. O balanço social da Sanasa apontava, em dezembro de 2019, a existência de 2.225 empregados em seus quadros, dos quais 601 negros (27% do total). Porém, apenas 3,6% dos cargos de chefia eram ocupados por negros e negras.
Malcolm X, importante líder negro norte-americano, dizia na década de 1960: “a educação é o nosso passaporte para o futuro, pois o amanhã pertence às pessoas que se preparam hoje”. Vivesse hoje, talvez ele revisse seu próprio pensamento, dada as dificuldades de acesso de negros e negras a oportunidades iguais no mercado de trabalho, mesmo quando apresentam alta qualificação profissional.
É para chamar a atenção da sociedade para este racismo estrutural que existe o Mês da Consciência Negra em novembro, em que se lembra no dia 20 o assassinato de Zumbi dos Palmares e o holocausto negro iniciado no momento em que os primeiros navios negreiros aportaram em solo brasileiro, entre 1539 e 1542 na Capitania de Pernambuco.
Novembro é o mês da consciência negra sim. Para lembrar a todos de que “não basta ser contra o racismo; é preciso ser antirracista”.
Ou como afirma Dinho Black, Diretor de Políticas Permanentes e Anti-Discriminatórias do Sindae: “a mudança acontecerá por irmãos e irmãs preparados e engajados nas lutas sociais”.

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