O levantamento é da Rede Corona-Ômica.BR, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A pesquisa analisou 208.480 testes realizados, entre 1º de novembro e 6 de janeiro, nas 27 unidades federativas. Em dezembro, a nova variante representava 3,45% dos casos. No mês seguinte, esse número subiu para 67,5%. E nos primeiros dias de 2022, chegou a 96,9% do total.
Nesse período, em quatro estados – Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Roraima e Santa Catarina – a ômicron foi encontrada em 100% das amostras. Outros nove estados também registraram mais de 90% das amostras com a nova variante. Entre eles, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, os mais populosos.
Por outro lado, apenas os estados do Amazonas, Piauí, Maranhão, Alagoas e Sergipe não registraram aumento progressivo da ômicron. Mas o relatório alerta que as amostras colhidas nesses locais foram bastante reduzidas. Eles estão, portanto, “sub-representados”.
Os pesquisadores apontam que a presença da ômicron está relacionada com o aumento total dos casos de Covid no país. Em dezembro, 5,3% dos testes analisados haviam dado positivo. Em novembro, subiu para 6,9%. Chegando a 31,3%, em janeiro.
Além disso, a ômicron precisou de menos tempo para responder pela quase totalidade dos casos. A variante delta levou, em média, 20 semanas, desde a sua detecção inicial até alcançar 100% dos casos positivos. A nova cepa, no entanto, atingiu o índice atual em apenas quatro.
Graças às vacinas, a taxa de mortes não tem registrado o mesmo crescimento do número de casos. Ainda assim, o aumento da transmissão pode levar a uma sobrecarga nos serviços de saúde, disse a neurocientista e coordenadora da Rede Análise Covid-19, Mellanie Fontes-Dutra.
“Especialmente quando os cuidados para evitar a exposição/transmissão não são correta ou amplamente adotados”, disse. Diante da nova variante, o ideal é a utilização das máscaras de alta proteção. Além disso, distanciamento, ambientes ventilados e higiene das mãos seguem valendo.