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Um caso de racismo na Sanasa
O racismo, por si só, já é hediondo; e se torna ainda mais desprezível e repugnante quando cometido contra um adolescente!
“Quem fez isso no seu cabelo?”. “Está uma bosta”. “ Deveria lavar com um jato d’água”, porque “seu cabelo está sujo”. Estas frases foram ouvidas por um patrulheiro, um adolescente negro, dentro da sede da Sanasa, na manhã de terça-feira, 9 de dezembro.
Indignado com a agressão, dirigiu-se do RH. Lá, ele ouviu que o agressor “sempre foi assim” e “que já estavam acostumados com as atitudes dele”. O racismo, por si só, já é hediondo; e se torna ainda mais desprezível e repugnante quando cometido contra um ser humano ainda em seu processo de formação.
A vítima da agressão racista levou o caso à Comissão de Ética, onde, incialmente, lhe perguntaram se poderia “deixar o caso prá lá, caso o agressor viesse a pedir perdão”. Mas como, dado o seu histórico, isso não iria acontecer, a vítima manteve a denúncia. E o caso agora será apurado à luz do que estabelece o Código de Conduta da Sanasa.
Estas agressões são inaceitáveis. Isto não é piada e nem exercício da liberdade de expressão. E muito menos pode ser classificado como “injúria racial”. É racismo. E racismo é crime. O próprio Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, a partir de 2021, que a injúria racial é uma forma de racismo, sendo, portanto, um crime inalienável e imprescritível, conforme o Art. 5º, XLII, da Constituição Federal.
Em paralelo às ações que serão adotadas pelos órgãos de controle interno da empresa, o Sindae Campinas se colocou à disposição do patrulheiro vítima de racismo, disponibilizando o nosso Departamento Jurídico para a adoção das providências que ele achar necessárias.
Além disso, este crime não ficará restrito aos limites da Sanasa. Vamos fazer uma denúncia formal ao Conselho Municipal de Desenvolvimento da Comunidade Negra. Racistas, não passarão e nem ficarão impunes!



