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Consequências da abolição inacabada

Ainda hoje, pessoas negras carregam as consequências desse processo incompleto

O regime da escravidão, que perdurou no Brasil por quase 400 anos e trouxe à força cerca de 5 milhões de negros e negras da África, deixou sequelas profundas em nosso país. A abolição inacabada, que no dia 13 de maio completou 137 anos, deixou a população negra à margem, sem acesso à educação, moradia, saúde e trabalho decente.
Ainda hoje, pessoas negras carregam as consequências desse processo incompleto. Durante quase quatro séculos homens negros e mulheres negras foram escravizados, sustentando, assim, a economia brasileira do período colonial. Em 13 de maio de 1888 foi, formalmente, abolida a escravidão no Brasil por meio da Lei 3.353, conhecida como Lei Áurea.
Após a abolição da escravatura, os negros foram deixados à própria sorte. Não houve uma política que atendesse às necessidades do povo, agora livre. O Brasil foi o último país do continente americano a abolir a escravidão.
Por que abolição “inacabada”?
Depois da abolição nenhuma medida foi tomada para incluir os ex-escravizados na sociedade: sem reforma agrária, sem acesso à educação, sem indenização. Foram deixados à própria sorte, muitas vezes indo para favelas ou voltando ao trabalho informal em condições precárias.
Racismo estrutural
A ideologia de inferioridade negra permaneceu. A exclusão sistemática se converteu em racismo estrutural, visível até hoje em: violência policial, disparidades no mercado de trabalho e sub-representação política.
A narrativa oficial sobre a abolição por vezes omite a luta dos próprios negros (quilombos, revoltas, abolicionistas negros). E a princesa Isabel é muitas vezes exaltada isoladamente, apagando o protagonismo dos movimentos negros.

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