Com 36 votos favoráveis e 18 contrários, os vereadores de São Paulo aprovaram, em sessão realizada no dia 17 de abril, o Projeto de Lei 163/2024, que autoriza a capital paulista a aderir à privatização da Sabesp, já autorizada anteriormente pela Assembleia Legislativa de São Paulo.
A Sabesp opera em 375 municípios, servindo aproximadamente 28 milhões de clientes. E mantendo um valor de mercado estimado em 40 bilhões de reais. Em 2022, registrou um lucro de 3,1 bilhões de reais, dos quais 25% foram distribuídos como dividendos aos acionistas, e o saldo foi aplicado em investimentos.
Ao permitirem a privatização da Sabesp, tanto os vereadores paulistanos como os deputados estaduais vão na contramão do mundo. Nos EUA e na Europa ocorre o processo inverso. As principais cidades retomam para o setor público o controle das empresas de saneamento que estavam com a iniciativa privada.
E por aqui ainda se registra outro agravante. Pesquisa realizada Quaest, divulgada no último dia 15 de abril, mostrou que 61% dos paulistanos são contra a privatização da Sabesp. No estado como um todo, 52% dos eleitores se dizem contrários à venda da empresa. Os vereadores paulistanos e os deputados estaduais, com suas decisões, mostraram quais os reais interesses defendidos por eles. E não são os da maioria da sociedade.
ELEIÇÕES
Em outubro vamos às urnas para eleger prefeitos e vereadores em nossas cidades. E como tem sido constante nas eleições anteriores, a privatização de empresas públicas de saneamento básico estará no centro dos debates.
Em Campinas, por exemplo, o Partido Novo já tornou público a sua posição: quer privatizar a Sanasa.