A edição da Portaria SAN.P.IN.NP 42 surpreendeu a direção do Sindae, tanto pelos seus termos como pela velocidade com que foi elaborada. Se compararmos ao comportamento “devagar, quase parando” dos diretores da empresa em relação a medidas que possam beneficiar os trabalhadores, a irritação é ainda maior.
Desde o início desta gestão da empresa, os dirigentes sindicais pressionam para rever o atual Plano de Cargos e Salários (PCS). Até as pedras da calçada da Avenida da Saudade sabem que este plano é a fonte de toda a insatisfação que reina entre os trabalhadores.
Ele não cumpre a função para a qual foi criado: ser uma ferramenta que estimule o trabalhador a buscar conhecimento e qualificação profissional. Pelo contrário, os critérios existentes hoje “engessam”, dificultam e até mesmo impedem a ascensão profissional e salarial.
E chegamos a situações absurdas de funcionários na mesma função que entraram na empresa, mas, já exercendo de função superior, com atribuições e responsabilidades, porém, sem receber o salário correspondente, porque o PCS impede que ele seja promovido.
O presidente da Sanasa, em discurso no 10º congresso do Sindae, em julho do ano passado, disse que até outubro estaria definida a contratação da consultoria para reestruturar o PCS. Outubro chegou e passou, 2022 terminou, e não se falou mais no assunto.
Daí a nossa estranheza e indignação com a Portaria SAN.P.IN.NP 42. A empresa é ágil como uma lebre para editar medida que facilita demissões, mas, anda a passos de tartaruga para reestruturar o PCS. Chegou a hora de mudar esta realidade. Basta de conversa mole.